O Mundial de Clubes de 2000, realizado pela FIFA no Brasil, marcou um momento histórico tanto para o Vasco da Gama quanto para o futebol mundial. Esse torneio não só consagrou o futebol brasileiro em cenário global como também iniciou uma rivalidade inesperada entre o clube carioca e o gigante inglês Manchester United. No jogo entre as duas equipes, ocorrido no Maracanã, o Vasco venceu o United por 3 a 1, em uma das atuações mais memoráveis da história do clube, comandada pela dupla de craques Edmundo e Romário.

O Confronto no Maracanã: Vasco 3 x 1 Manchester United

Em janeiro de 2000, os dois times entraram em campo com propostas de jogo diferentes. O Vasco, com Edmundo e Romário no auge de suas carreiras, estava determinado a mostrar seu valor em um campeonato que trazia pela primeira vez os melhores clubes do mundo para um torneio oficial da FIFA. O Manchester United, por outro lado, vinha como o atual campeão europeu e contava com uma equipe estrelada, composta por nomes como David Beckham, que não jogou contra o Vasco, Gary Neville, Mikael Silvestre e Ryan Giggs. Comandados pelo lendário técnico Alex Ferguson, os ingleses eram considerados os favoritos.

No entanto, logo no primeiro tempo, o Vasco mostrou que a história poderia ser diferente. Romário, em uma exibição de pura técnica e precisão, abriu o placar aos 23 minutos, aproveitando uma falha defensiva do Manchester. Apenas dois minutos depois, ele ampliou o marcador, consolidando o domínio do Vasco sobre o time inglês. Mas o momento mais espetacular ainda estava por vir: Edmundo, em uma jogada individual aos 42 minutos, driblou o zagueiro Silvestre com um lance de extrema habilidade e marcou o terceiro gol do Vasco, elevando o placar para 3 a 0 antes do intervalo.

A atuação da equipe carioca deixou o Manchester atordoado. Mesmo que o time inglês tenha conseguido marcar um gol de honra na segunda etapa, não foi o suficiente para virar o jogo, que terminou com a vitória do Vasco por 3 a 1. Essa partida não só garantiu a classificação do Vasco na competição, como também deixou uma marca profunda na torcida do Manchester United.

O Legado e a Música Polêmica

A vitória do Vasco sobre o Manchester United no Mundial de 2000 não foi apenas um triunfo dentro das quatro linhas; ela provocou um efeito duradouro, alimentando uma rivalidade inesperada entre os clubes. Anos depois, uma música ofensiva criada pela torcida do Manchester começou a circular na internet, demonstrando que aquela derrota ainda era uma ferida aberta para os ingleses.

Essa música não ofende apenas o Vasco, mas todos os grandes clubes ao redor do mundo, incluindo Milan, Barcelona e Real Madrid. No entanto, a menção ao Vasco é particularmente emblemática, uma vez que remete diretamente ao jogo de 2000, onde a equipe inglesa foi derrotada por um time brasileiro em uma competição oficial da FIFA. Isso sugere que, para a torcida do Manchester United, a derrota para o Vasco se tornou um ponto sensível, um símbolo de frustração.

Ao incluir o Vasco na música, a torcida do United reforça a importância que o clube carioca adquiriu aos olhos dos ingleses desde aquele Mundial. Curiosamente, essa rivalidade internacional entre Vasco e Manchester United é única, já que raramente times brasileiros são lembrados ou mencionados com tal intensidade fora do país, a não ser em confrontos históricos específicos. O fato de o Vasco incomodar a torcida inglesa demonstra o impacto que a partida teve e como ela permanece viva na memória de ambos os clubes e seus torcedores.

O Significado do Mundial e a Consagração do Vasco

A derrota do Manchester United pelo Vasco no Mundial de 2000 também trouxe uma dimensão simbólica ao torneio. A competição, organizada pela FIFA, buscava estabelecer um campeão mundial de clubes, algo que as competições anteriores, como a Copa Intercontinental (disputada entre campeões da Europa e da América do Sul), não garantiam com o mesmo peso oficial. A vitória do Vasco sobre o poderoso Manchester reforçou a relevância da competição e consolidou a ideia de que os clubes brasileiros podiam competir de igual para igual com os europeus.

Edmundo e Romário, que já eram ídolos no Brasil, tiveram suas atuações consagradas internacionalmente com essa vitória, e o Vasco da Gama mostrou que podia representar o futebol brasileiro com competência e talento no cenário mundial. Esse jogo entrou para a história como um dos momentos mais memoráveis para os torcedores vascaínos, e até hoje, é lembrado como um símbolo do orgulho do clube.

Uma Rivalidade Internacional Inesperada

Embora a rivalidade entre os clubes brasileiros seja intensa, a história entre Vasco e Manchester United é um exemplo raro de uma rivalidade internacional. O jogo de 2000 gerou um ressentimento inesperado na torcida inglesa, que permanece até os dias atuais. A música ofensiva criada pelos torcedores do United é um reflexo desse sentimento, mostrando como o Vasco deixou uma marca na história do futebol, especialmente na memória daqueles que acompanham o Manchester United.

Esse momento épico se tornou uma fonte de orgulho para os vascaínos e um lembrete de que o Vasco é, de fato, um gigante, capaz de incomodar até mesmo os maiores clubes do mundo. A atuação brilhante de Romário e Edmundo, somada à vitória no Mundial, garantiu ao Vasco um lugar na elite do futebol global e fez dele um dos poucos clubes brasileiros a despertar a ira de um time tão respeitado como o Manchester United.

A musica: "Dana-se o Barcelona, dana-se o Real Madrid. Eu amo o United desde criança. Dana-se o Bayern e o Milan. Dana-se o Deportivo e o Vasco da Gama" diz a letra.

Escalação e gols:

Vasco da Gama 3x1 Manchester United
Local: Maracanã (Rio de Janeiro-RJ)
Data: 08/01/2000
Público: 73.000
Gols: Romário (23\" e 25\" do 1°T), Edmundo (42\" do 1°T) e Nicky Butt (35\" do 2°T).

Vasco da Gama: Hélton; Jorginho (24\"2°T Paulo Miranda), Júnior Baiano, Mauro Galvão, Gilberto; Amaral, Felipe, Juninho (34\" 2°T Alex Oliveira), Ramon (31\" do 2°T Nasa); Romário, Edmundo. Técnico: Antônio Lopes.

Manchester United: Mark Bosnich; Gary Neville, Mikael Silvestre, Jaap Stam (26\" do 2°T Jordi Cruyff), Denis Irwin; Nicky Butt, Roy Keane, Philipp Neville, Ryan Giggs; Ole Solskjaer (46\" do 1 °T Teddy Sheringham), Dwight Yorke. Técnico: Alex Ferguson.