Vasco da Gama Campeão da Libertadores 1998: A Glória no Ano do Centenário

Introdução

Em 1998, o Club de Regatas Vasco da Gama alcançou um feito histórico: conquistou pela primeira vez a Copa Libertadores da América, exatamente no ano em que completava 100 anos de fundação. Poucos clubes no mundo conseguiram essa façanha — ser campeão continental em seu ano de centenário. Entre eles estão o River Plate (Argentina, campeão da Libertadores em 2015, ano do seu centenário do estádio Monumental) e o Real Madrid (Espanha, campeão da Champions League em 2002, próximo ao seu centenário oficial de fundação em 1902). Mas o Vasco, em 1998, foi pioneiro nesse feito sul-americano.

Esse título representou não só a consagração de um elenco talentoso e de uma diretoria ambiciosa, mas também a realização de um sonho antigo de toda a torcida cruzmaltina.

O caminho até a final

O Vasco da Gama iniciou sua trajetória na Libertadores de 1998 no Grupo 2, ao lado de Grêmio, América do México e Guadalajara. A equipe começou a fase de grupos com dificuldades, perdendo por 1 a 0 para o Grêmio e empatando com o América. No entanto, se recuperou ao longo das partidas seguintes e terminou a fase classificatória na segunda colocação.

Nas oitavas de final, o Vasco enfrentou o Cruzeiro e venceu os dois jogos: 2 a 1 no Mineirão e 2 a 0 em São Januário. Nas quartas, superou novamente o Grêmio, com empate por 1 a 1 em Porto Alegre e vitória por 1 a 0 no Rio.

A semifinal contra o River Plate é lembrada como uma das mais épicas da história da competição. Após vencer por 1 a 0 em São Januário, o Vasco enfrentou um caldeirão no Monumental de Núñez. O River abriu 1 a 0 no primeiro tempo, e o jogo parecia pender para o time argentino. Mas, aos 39 minutos do segundo tempo, Juninho Pernambucano acertou um chute de fora da área, marcando o gol do empate e garantindo a vaga na grande final.

“Silêncio no Monumental”, foi como ficou conhecido aquele gol de Juninho, um dos maiores da história do clube.

A grande final contra o Barcelona de Guayaquil

Na decisão, o Vasco enfrentou o Barcelona de Guayaquil, do Equador. O primeiro jogo foi realizado no dia 12 de agosto, em São Januário, com casa cheia. O time carioca venceu por 2 a 0, com gols de Donizete Pantera e Luizão, dando um passo importante rumo ao título inédito.

A partida de volta aconteceu no dia 26 de agosto, no Estádio Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil. Mesmo fora de casa, o Vasco controlou o jogo e venceu novamente, dessa vez por 2 a 1. Donizete abriu o placar, Luizão marcou o segundo, e o Barcelona apenas descontou com Graziani.

Com o placar agregado de 4 a 1, o Vasco da Gama conquistou, de forma incontestável, a sua primeira Libertadores, em pleno ano do centenário.

Elenco e time titular da final
O time titular do Vasco na final da Libertadores 1998 foi:

• Goleiro: Carlos Germano

• Laterais: Vágner (direita) e Felipe (esquerda)

• Zagueiros: Mauro Galvão e Odvan

• Volantes: Nasa e Luisinho

• Meio-campistas: Juninho Pernambucano e Pedrinho

• Atacantes: Donizete Pantera e Luizão

• Técnico: Antônio Lopes

Mauro Galvão, com sua experiência, foi um dos líderes da equipe. Juninho foi o maestro do meio-campo, e Luizão, o artilheiro, foi decisivo em momentos cruciais.

Artilheiros e estatísticas da Libertadores 1998

O artilheiro do Vasco na Libertadores 1998 foi Luizão, com 7 gols marcados, ficando entre os maiores goleadores da competição. Donizete contribuiu com 6 gols e foi outro destaque ofensivo. Juninho Pernambucano também marcou gols importantes, como o icônico contra o River Plate.

Outras conquistas no ano do centenário

Além da Libertadores, o Vasco venceu o Campeonato Carioca de 1998, superando o Bangu na final. No entanto, o clube teve um desempenho instável no Campeonato Brasileiro daquele ano, sendo eliminado nas quartas de final pelo Corinthians.

Mesmo assim, o título da Libertadores ofuscou qualquer tropeço interno, tornando 1998 um ano de glória.

O legado da conquista

A conquista da Libertadores em 1998 transformou a história do Vasco. O clube passou a ser reconhecido como um dos grandes do continente. Aquela geração entrou para sempre na memória do torcedor vascaíno.

Os gols, as comemorações, os cantos da torcida — tudo faz parte de um capítulo heróico. O feito de ser campeão da América no centenário é um privilégio que poucos clubes no mundo conseguiram. O Vasco está entre eles.

Conclusão: o centenário mais glorioso do futebol brasileiro

1998 foi um ano inesquecível. O Vasco da Gama viveu sua fase mais brilhante: campeão estadual e continental. A taça da Libertadores ergueu-se não apenas como símbolo de vitória, mas como presente de aniversário para um clube centenário, gigante, resistente e apaixonante.

Essa conquista reafirma o lema vascaíno: “O Vasco é o time da virada, o Vasco é o time do amor”. Um clube que, nos seus 100 anos, presenteou sua torcida com o maior título de sua história.